Donald Trump, apostando em uma plataforma de rompimento com o “status quo” americano, conquistou pela segunda vez a presidência dos Estados Unidos. Mesmo enfrentando uma série de acusações e controvérsias, ele venceu a atual vice-presidente Kamala Harris, prometendo transformações profundas que mobilizaram uma base insatisfeita com a economia e com a imigração ilegal.

O retorno de Trump ao poder representa um ponto de inflexão para o país, com sua promessa de mudar o sistema político e revitalizar a economia. Trump atraiu eleitores preocupados com o futuro do “sonho americano” e com uma economia que, segundo eles, se afasta da prosperidade. Sua abordagem confrontadora, direcionada aos setores governamentais e elites, ressoou fortemente.

Entre suas propostas mais polêmicas estão a promessa de fortalecer a segurança na fronteira sul e a reintrodução de tarifas econômicas que incentivem a produção nacional, uma estratégia inspirada no protecionismo do século XIX. A sua postura isolacionista, defendendo um distanciamento de conflitos internacionais, também encontrou eco entre os americanos que temem o envolvimento dos EUA em crises no exterior.

O triunfo de Trump o torna o presidente mais velho a assumir o cargo, aos 78 anos, quebrando o recorde anteriormente detido por Joe Biden. Além disso, os republicanos conquistaram novos assentos no Senado, reforçando o controle do partido no Congresso e criando um cenário favorável para implementar as promessas econômicas do presidente eleito.

Na visão dos críticos, porém, o retorno de Trump representa riscos à democracia americana. Seu histórico de questionamentos sobre o sistema eleitoral e o estado de direito preocupa especialistas, que veem sua vitória como uma potencial ameaça às instituições democráticas. No entanto, para sua base de eleitores, seu estilo combativo e provocador é exatamente o que o país precisa para se reerguer economicamente.

Trump também prometeu uma reestruturação radical do governo americano, com medidas agressivas como aumento de deportações e a imposição de tarifas amplas sobre importações. Ele afirmou que seu governo atuará para fortalecer a economia nacional, aliviando a pressão sobre a classe trabalhadora americana.

A vitória de Trump levanta novas questões sobre a relação dos EUA com parceiros internacionais. Ele já sinalizou sua intenção de reduzir o apoio a aliados tradicionais e de revisar a participação dos EUA em organizações como a OTAN, especialmente em um momento em que a guerra entre Rússia e Ucrânia se intensifica. A política de Trump, com foco no mercado interno, provavelmente influenciará decisões econômicas e de política externa que terão efeitos em toda a economia global.

Mesmo questões internas, como o direito ao aborto, foram abordadas de forma pragmática por Trump, que agora defende deixar a regulamentação para os estados. Essa abordagem visa neutralizar a resistência enfrentada pelos republicanos após a decisão da Suprema Corte de revogar o direito federal ao aborto.

Em suma, o retorno de Trump marca o início de uma nova fase de incertezas e desafios para a economia americana e mundial. Suas políticas econômicas devem influenciar diretamente desde o comércio exterior até o setor manufatureiro nacional, enquanto o país se prepara para lidar com as repercussões de sua agenda ambiciosa.