Divulgado nesta terça-feira (15) pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil perdeu cinco posições no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e passou do 79º para o 84º lugar entre 189 países. O IDH brasileiro foi de 0,762, em 2018, para 0,765, em 2019.
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2020 (HDR) mostra que estamos em um momento sem precedentes na história, no qual a atividade humana se tornou uma força dominante na formação do planeta. Esses impactos interagem com as desigualdades existentes, ameaçando reversões significativas no desenvolvimento. Nada menos que uma grande transformação – na forma como vivemos, trabalhamos e cooperamos – é necessária para mudar o caminho em que estamos. O relatório explora como iniciar essa transformação.
A crise climática. Colapso da biodiversidade. Acidificação do oceano. A lista é longa e está crescendo. Tanto é verdade que muitos cientistas acreditam que, pela primeira vez, em vez de o planeta moldar os humanos, os humanos estão conscientemente moldando o planeta. Este é o Antropoceno – a Era dos Humanos – uma nova época geológica.
Embora a humanidade tenha alcançado um progresso incrível, consideramos a Terra algo natural, desestabilizando os próprios sistemas nos quais dependemos para sobreviver. A Covid-19, que quase certamente surgiu dos animais para os humanos, oferece um vislumbre do nosso futuro, no qual a tensão em nosso planeta reflete a tensão que as sociedades enfrentam. A Covid-19 levou muito pouco tempo para expor e explorar as desigualdades sobrepostas, bem como as fraquezas nos sistemas sociais, econômicos e políticos, e as ameaças de reversão no desenvolvimento humano.
Embora os efeitos devastadores da Covid-19 tenham chamado a atenção do mundo, outras crises em camadas, desde a mudança climática até o aumento das desigualdades, continuam a causar danos. Os desafios do desequilíbrio planetário e social estão interligados: eles interagem em um círculo vicioso, cada um tornando o outro pior.